sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

2012-2013

Ainda vou a tempo?

2012 foi um ano dorido, um ano revoltoso, perdido, com pouco rumo e ilhas para descansar da trovoada.  Mas foi, por isso, um ano de descobertas, de conquistas e de mudanças. Das boas!

As viagens abriram-no em cheio. Quando o coração e o orgulho estavam feridos, Paris, Londres e Genève foram casa, foram rua, foram amigos de verdade. Perdi finalmente a embirrância que tinha com França, abracei a cidade, a língua (mais ou menos, muito menos. 6 anos não serviram para muito), os franceses, o turismo puro, o alternativo e as amigas do fundo da alma. Armei-me em chique e fomos passar o fim-de-semana a Londres, só porque sim. Em Genève deixei o cérebro gelar, vi amor e dedicação e sonhos conjuntos também.

Este ano no Plateau queimaram-me um olho, no Cais morri de tédio, em Alfama visitei uma casa pequena demais. Este ano vi a exposição do Vik Moniz e uma da Frida e um documentário sobre o Fernando Pessoa. Fui tão bem acolhida na Dureza de forma diferente, comi muito sushi e fui pouco ao cinema.

Tive um emprego novo. Difícil, depois do outro que me enchia as medidas. Difícil muitos dias, tantos. Devagarinho, quando os dias foram passando lentos e revoltosos, tornou-se mais fácil, mais interessante, mais apelativo. Mais responsável e importante. Foi reconhecido. Foi turbulento. Mas tem sido bom!

Tive muitas despedidas. Muitos amigos emigrantes que foram e voltaram e voltaram a partir. O pretexto é bom para jantares, lanches e pequenos-almoços. Mas já cansa...

Este ano fui ao Chapitô, fui à Feira da Ladra e fui pela primeira vez ao Carnaval de Torres, em que noites de excesso me pruriram a alma e voltei como nova. Fui ao Tuareg e ao primeiro churrasco do Técnico que se repetiu vezes sem conta com tanto carinho.

Fiz também parte das massas e uma noite, em vez de ir tomar café, levei as minhas amigas para o Media Markt para aproveitar descontos e ficámos mais de uma hora juntas na fila e rimo-nos muito e refilámos muito e ia quase havendo cena de pancadaria... Dancei muito este ano e fui-me embora sem pagar de um jantar de grupo (esqueci-me!).

Fingi que era pessoa de ginásio e paguei 10 meses em que usufruí pouco mais de 10 vezes. Gastei 40 euros num jantar. Fui ao Lx Market muitas vezes e tive a sorte de ter cá muitos dos verdadeiros amigos de Erasmus que têm visitas prometidas já para 2013.

Este ano fiz workshops. De prova de vinho e de poesia. Dediquei uns meses a um projecto apaixonante com as amigas que tem tudo para ir em frente um dia. E vi o projecto dos amigos mais sólido que nunca, com direito a um Fest que mudou parte do meu ano. Li mais do que nunca, graças ao metro e ao carro que passei a deixar em casa.

Descobri festas de aniversário abertas em Alfama, fui finalmente ao Indie e fui a todos os espaços do Outjazz. Tive um amor com tempo contado em que contei mais tempo do que previa e mais amor também. Fiz corridas de sofás, descobri recantos diferentes de Lisboa e gozei em pleno os Santos Populares.

Fui a Itália, à minha Bologna cada vez mais despida mas ainda assim com cheiro a casa, e à Pisa deles que me acolheu com uma Luminara deliciosa. Fiz asneiras e tive recaídas. Tive um fim-de-semana maravilhoso aquando do Summer Fest que soava apenas em música de fundo que soube a Amizade da verdade.

Fui a muitos concertos. Feist fez-me tremer por dentro, de tão intenso quer dela quer da companhia impensável com que estava. Bon Iver superou-se. O Alive teve um primeiro dia de loucura sem fim e de outros dois de confusão. E Ornatos fechou o ciclo e a porta. Fui à Casa de Pasto e ao Hotel Mundial e à Manifestação. E ao Mexefest que já é tradição.

2012 deu-me a viagem da minha vida até agora. Deu-me a Tailândia, o NapPark, os ingleses, Chiang Mai, Bangkok 3 vezes, a selva, o Sammy, Ko Tao, o balão dos desejos, pura felicidade na procura de mais e de mim e dos outros. O verdadeiro viver.

Em 2012 torci o pé e fiz um rally tascas. Fui mais vezes ao teatro. No final de 2012 desbloqueei o que era preciso. Lisboa pareceu só minha numa noite maximizada, arrumei homónimos e ponderei-se hipóteses caídas por terra. Saí de casa e vim viver para o centro da cidade num prédio de 200 anos sem elevador. Escrevi muito menos do que queria ter escrito.

2013 começou feliz. Começou com bons amigos, com carinho e paz no coração. Em 2013 falta uma coisa e meia. À meia-noite pedi desejos altruístas. E comecei o ano a alimentar os sem-abrigo. Não gosto de números ímpares, mas tenho confiança em 2013.

Quero continuar a ter visitas e a dar jantares, quero tirar mais fotografias, continuar a gozar a família maior. Quero escrever mais e ter mais paciência. Quero o óbvio, também.