sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

2011.

Foi o ano em que terminei a tese e acabei o mestrado e deixei de ser estudante.
Foi o ano de paixões fortes. De amores sinceros. E de sentimentos traídos, meus e dos outros.
Foi o ano em que aprendi que gostava de trabalhar, de ser boa profissional e de vestir a camisola.
Foi o ano em que os fins-de-semana tiveram mais importância.
Foi o ano em que aproveitei todos os escassos 5 dias de férias para viajar: Itália, Marrocos, Dublin.
Foi o ano em que fiz coisas que adiava há muito: fui à Queima de Coimbra, fiz acupultura, fiz um curso de Fotografia, comecei a aprender a tocar guitarra.
Foi o ano em que conheci muita gente, em que gostei realmente de muita gente nova.
Foi o ano em que me senti mais bem-vinda.
Foi o ano de muita festa, de liberdade, de diversão, de reencontros.
Foi o ano em que aprendi a gerir o tempo, a gerir prioridades, a combater a preguiça.
Foi o ano em que saí muito durante a semana e nem por isso faltei aos meus compromissos.
Foi o ano em que falhei muito, perdoei muito e juro que dei o meu melhor.
Foi o ano em que ponderei sair de casa, em que me apaixonei mais ainda pela minha cidade.
Foi o ano em que arrisquei, o ano em que aprendi tanto sobre mim. O ano em que fui mais madura.
Foi um ano bom, mas há muito e muito espaço para o 2012 ser ainda melhor.

Se

Se?
Se nada.
Mas se.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Eu tenho uma estrelinha qualquer. Qualquer coisa superior que me traz uma sorte verdadeira. É certo que há certas coisas que teimam em não acertar. Mas se virmos a big picture, tenho um historial de bons desafios que consigo agarrar nos melhores timings e que me trazem felicidades imensas.

Tenho mesmo uma estrelinha qualquer a zelar por mim algures. 
É que tudo isto é bom demais para ser apenas normal.

Obrigada!

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Power to me

Porque todos os anos começa uma nova fase, eu só espero que me dêem 

o poder a mim.

*fingers crossed*

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

H.

Passou um ano. A correr.
E sou sempre lamechas nas despedidas.
Passaram por mim muitas pessoas, marcaram-me tantas.
Vesti a camisola tão a sério que fazia parte da minha pele.
Custou tornar-se real a minha realidade ter de mudar.
Custaram alguns adeus, com lágrimas.
Custou deixar os meus papéis, o meu papel para outrem.
Deixei o meu marco.
Trouxe muitos amigos.

Foi um bom ano inteiro.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

hoMonímia

são timings, são coincidências, são o tudo e o nada. são o desde sempre e o sem fim. são toques sinápticos diferentes, são mexericos, são confianças, são excessos, são portas que não se abrem e são outras que se fecham. propositadamente. são as barreiras e são as conveniências. é tudo ao mesmo tempo, quando não devia ser nada. mas ao mesmo tempo, até que há um certo algo que persiste e não resiste, que mexe e mexe tanto que é pouco. e há reparos, porque a sociedade é mandatória e a consciência é limpa demais. há limites, há cedências, há vivências, há ânsias, há desgraças, há chapadas. há desespero e há despeito, há ridículo e vontade do mundo ao contrário. há pouca esperança, mas muita certeza. surge o conformismo, a verdade, é boa e derradeira. e a calma gera e gira e segue envolta em ideias e suposições e palavras soltas, bem soltas e apanhadas. e gritadas a baixa voz madrugada adentro, que é quando os segredos descansam.

domingo, 4 de dezembro de 2011

+1

Sabes que te levaria aos cantos mais impressionantes de Lisboa. Mostrar-te-ia espaços onde te sentirias noutro mundo, sorririas só pelo espanto. Apresentar-te-ia a todos os meus amigos, e deixava-te com eles, porque tenho orgulho em ti e saberia que te receberiam bem. Cuidaria de ti com todo o carinho, brincaria com os teus vícios e disparates, mas todos esses pormenores me encheriam o coração. Punha-te a correr as ruas mais bonitas da cidade acima e atravessaríamos as ruas desertas a rir, com medo do carro que viesse lá ao fundo. Um dia vamos ser do clube deles, seremos seis e eu mais um.

domingo, 27 de novembro de 2011

Não tenho feitio para me zangar, para acusar quem me rasga por dentro, para insistir na maldade do destino. Lido com tudo isso dentro de mim, não sei cobrar, é comigo que me resolvo. Não insisto, não faço cenas sem fruto, vivo com o meu orgulho e depois de a luta chegar ao fim, recolho-me ao meu canto. Não deixo por isso de sentir os murros e os pontapés desprezantes, de rejeitar presenças, de me fazer perguntas sem resposta. Mas aceito.

Aceito tal como sei que um dia tu vais deixar de estar profundamente zangado comigo. Que vais entender que não há maldade nos gestos dos outros, que não há despeito. Sei que o tempo te vai ensinar a aceitar, a não odiar certas memórias, a aceitar que é melhor assim. Na verdade, já vais sabendo que é, porque os meses não enganam e a nostalgia acalma os ânimos. Não tenho pressa.

Tal como não tenho pressa em aceitar eu os meus remendos.

domingo, 23 de outubro de 2011

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Turnaround

É preciso saber tratar de nós mesmos. Temos direito ao luto, temos direito ao isolamento, à frustração. Somos nós que decidimos quanto tempo passamos tristes ou quando já chega. Quando já não é preciso mais. Independentemente do valor e do sentido do que nos pôs assim, temos de cuidar de nós próprios. No fundo, sabemos melhor que ninguém o que nos faz bem, o que nos vira ao mundo ao contrário e nos enche de energia, o que nos traz de novo sentido. Eu sou um bicho social. E conhecer pessoas, relacionar-me com elas, ouvir, rir, beber um copo, partilhar, faz-me sentir feliz, genuinamente. Travar relacionamentos novos ou antigos, adormecer tarde porque passei um dia diferente, ter sono porque não descanso o suficiente, ter planos impensáveis. Isso faz-me adormecer a sorrir, por muito surreais que sejam as circunstâncias. Enche-me o coração e não preciso de mais nada. E traz a vontade de me explorar, agora que estou aparentemente renovada, às vezes exacerbadamente. Entro num novo equilíbrio, cheio de novos desafios e preparada para as novas descobertas. Volto a viver, portanto.

É que sabes quando acordas de manhã e de repente a dor de garganta passou?
Hoje não foi a garganta.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Porque 4ª feira é feriado

Hoje, que é segunda-feira, é segunda-feira.
Amanhã é terça, mas é sexta.
Quarta-feira é sábado de manhã e à noite é domingo.
Quinta é segunda-feira outra vez.
E sexta é a verdadeira sexta-feira.

domingo, 2 de outubro de 2011

Trabalhar

Gosto de ir trabalhar. Gosto de acordar de manhã, mesmo que ensonada e com a minha cama a chamar por mim, e ir trabalhar. Ir de encontro às pessoas com quem passo quase 10 horas dos meus dias, rir-me com elas, batalhar em conjunto, crescer ali. Gosto de ir trabalhar, essencialmente quando tenho que fazer nas 8 horas mínimas em que me querem lá. Gosto até quando fico até mais tarde, já de computador desligado, em conversas de fim de tarde, em brincadeiras, em relações que se vão desenrolando, que foram crescendo nestes últimos 10 meses de vida.

Gosto de ir trabalhar, porque me motiva, porque aprendo, porque dá sentido aos meus dias. Porque me afasta de alguns fantasmas, porque não me dá tempo para me perder - ainda que me deixe pouco tempo para me encontrar. Gosto do trabalho, do meu trabalho, daquelas pessoas que tornam os meus dias com sentido, com quem partilho frustrações, gargalhadas e cada um dos minutos em conjunto, com verdadeiro prazer.

Gosto tanto, ao ponto de ficar triste só de imaginar que, provavelmente, em breve, deixará de ser para ali que vou todas as manhãs; enfrentando o trânsito, a rotina, mas a usar o meu cartão para abrir a porta sempre com um sorriso por mais um dia daquela vida.

Tenho sorte.

domingo, 25 de setembro de 2011

Somos todos iguais

Acredita-se sempre no impossível. Que somos mais capazes que os outros todos, que as experiências alheias foram só fracassos, que somos sempre capazes de contrariar o óbvio. Tentamos o impossível. Várias vezes, em situações diferentes. Tentamos e acreditamos realmente que é possível. Até não ser. Até falharmos. Até magoar profundamente e termos de passar a bola ao tempo e à vida. Acreditamos que somos diferentes, que pode desenrolar-se tudo de forma perfeita. Mas na verdade somos só humanos, somos só pessoas em compassos diferentes. E ficamos descoordenados e não há ritmo que nos valha. Só o tempo que passa, os caminhos contrários e a boa vida que se contrói. E um dia, de repente, está tudo bem. Sem darmos por isso. 

Pelo menos é o que todos dizem...

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

BRUNO: Sometimes you play a game even though you know you’re gonna lose.
NORA: Or sometimes you leave the game even when you know you can win.


FPTN.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Querida Bologna,

Hoje estou a precisar muito de ti. Das tuas ruas largas e quentes, da tua gente que se passeia sem complexos, das diferenças, da paz e da agitação tão saudável que me faz os olhos brilhar de felicidade. Hoje gostava de ter resguardado todo o meu amor, de não o expôr em riscos, de o fazer secreto, intenso e privado; hoje gostava que todos os amores do mundo fossem como o que eu sinto por ti. Hoje gostava de te ter aqui, querida Bologna, que fazias todo o sentido a todas as horas, que deixavas o coração acalmar só por me deixares passear pelos ocres e pelas águas furtadas. Hoje gostava de estar contigo, porque por muito que o mundo se zangasse comigo, eu estava em casa, segura. Hoje fazes-me falta, hoje queria a tua certeza, a tua essência, a tua confiança para mover montanhas. Hoje dava-me jeito uma conversa na piazza ou um gelado que me refizesse, uma lufada de ar fresco e um suspiro sorrido. Hoje, minha Bologna, adoraria estar contigo, em felicidade.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Mudar de vida

Muda de vida, se tu não vives satisfeito
Muda de vida, estás sempre a tempo de mudar
Muda de vida, não deves viver contrafeito
Muda de vida, se há vida em ti a latejar
Existência.
Resistência.
Desistência.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Fango



Io lo so che non sono solo
anche quando sono solo
io lo so che non sono solo
io lo so che non sono solo
anche quando sono solo

sotto un cielo di stelle e di satelliti

tra i colpevoli le vittime e i superstiti
un cane abbaia alla luna
un uomo guarda la sua mano
sembra quella di suo padre
quando da bambino
lo prendeva come niente e lo sollevava su
era bello il panorama visto dall'alto
si gettava sulle cose prima del pensiero
la sua mano era piccina ma afferrava il mondo intero
ora la città è un film straniero senza sottotitoli
le scale da salire sono scivoli, scivoli, scivoli
il ghiaccio sulle cose
la tele dice che le strade son pericolose
ma l'unico pericolo che sento veramente
è quello di non riuscire più a sentire niente

il profumo dei fiori l'odore della città
il suono dei motorini il sapore della pizza
le lacrime di una mamma le idee di uno studente
gli incroci possibili in una piazza
di stare con le antenne alzate verso il cielo
io lo so che non sono solo

io lo so che non sono solo

anche quando sono solo

io lo so che non sono solo
e rido e piango e mi fondo con il cielo e con il fango
io lo so che non sono solo
anche quando sono solo
io lo so che non sono solo
e rido e piango e mi fondo con il cielo e con il fango

la città un film straniero senza sottotitoli

una pentola che cuoce pezzi di dialoghi
come stai quanto costa che ore sono
che succede che si dice chi ci crede

e allora ci si vede
ci si sente soli dalla parte del bersaglio
e diventi un appestato quando fai uno sbaglio
un cartello di sei metri dice tutto è intorno a te
ma ti guardi intorno e invece non c'è niente

un mondo vecchio che sta insieme solo grazie a quelli che
hanno ancora il coraggio di innamorarsi

e una musica che pompa sangue nelle vene
e che fa venire voglia di svegliarsi e di alzarsi
smettere di lamentarsi

che l'unico pericolo che senti veramente
è quello di non riuscire più a sentire niente
di non riuscire più a sentire niente
il battito di un cuore dentro al petto
la passione che fa crescere un progetto
l'appetito la sete l'evoluzione in atto
l'energia che si scatena in un contatto

io lo so che non sono solo

anche quando sono solo
io lo so che non sono solo
e rido e piango e mi fondo con il cielo e con il fango

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Horas

Não quero menos uma hora, não me roubem as horas que passaram, quero-as todas, todas a passar depressa, que foram muitas e já chega, que o desespero anseia. O tráfego, as buzinas não deixam dormir, mas agora a cidade entrou de férias e a calma está a chegar, vamos dormir descansados que acabou o ruído. Agora o tempo é outro, agora o tempo pode ser lento, pode ter calma, pode não passar, ainda que corra. Agora chocam, mas o colete de forças não deixa abalar, agora é neste agora que acredito.

(...)

sexta-feira, 1 de julho de 2011

What if

E se desse para fotografar o cheiro da Lisboa popular?
E se desse para nos conhecermos de um golpe?
E se desse para não apareces de novo ainda que omitido?
E se desse para triplicar o tempo?
E se desse para estar em dois lados ao mesmo tempo?
E se desse para o coração assentar?
E se desse para voltar?
E se desse para prever tudo?
E se desse para prever as tuas atitudes? E as tuas?
E as minhas?

"Let's play the what if game"

quarta-feira, 25 de maio de 2011

23.

Mimo, atenção, good feeling, sorriso na cara e no coração.

Uma meia-noite animada, a cidade aos meus pés, o riso enquanto parte das melhores companhias. O trabalho que não é só trabalho e se enche de atenção, sou a pequenina, sou a que faz anos e merece mimo. Almoço de sol, de calor no corpo e na alma. O amor da família reunida.

Visitas, telefonemas, mensagens sem fim.
Até no facebook houve mimos a saberem a personalizados.

Chamadas desde Itália e Dinamarca.
Emails desde os Estados Unidos e Bélgica.
Mensagens desde a Alemanha e o Brasil.
E vindas de todo um Portugal delicioso.

O coração e a alma adormecem descansados. Nunca gostei tanto de fazer anos. De sentir a minha idade. De sentir quem me rodeia. De ver cruzados os meus mundos em mim que os sou. De me deixar sentir especial hoje e abraçar toda a magia dos aniversários. Do tratamento cuidado e especial, de sentir-me princesa, de receber abraços, palavras bonitas, gestos reconhecidos.

I feel loved.
Sou, hoje, aos 23, feliz.


P.S.: E fazer anos no mesmo dia que o Bob Dylan é uma honra!

domingo, 22 de maio de 2011

Hoje quebrei a promessa. E continuo a ter uma fé incrível em ti. Não em algo maior, mas que és pequeno. É que as palavras não mentem e ainda haverá um dia, daqui a muitos tempos.

terça-feira, 17 de maio de 2011

os cruzamentos e as encruzilhadas chegam todos ao fim da mesma recta, são as escolhas, as opções, o menú à descrição. Qualquer que seja a curva, não deixa de ser apertada, portanto há que ganhar velocidade e não parar de pedalar. Quando chegar a próxima recta, perceber-se-à o resultado da decisão.

Mas quando a vida se cruza toda numa dia, todas as pontas soltas, todas num dia só, só pode ser um bom prenúncio...

segunda-feira, 2 de maio de 2011

“I like to see people reunited, I like to see people run to each other, I like the kissing and the crying, I like the impatience, the stories that the mouth can’t tell fast enough, the ears that aren’t big enough, the eyes that can’t take in all of the change, I like the hugging, the bringing together, the end of missing someone.”
— Jonathan Safran Foer

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Yeah (no)


Ainda não percebi se é bimbalhoco ou não. Mas gosto desta. E da Love Life.

"...because famous people always have songs with brackets."

terça-feira, 26 de abril de 2011

Casas

"And it seems people should not build houses anymore
it seems people should stop working and sit in small rooms on second floors
under electric lights
without shades;
it seems there is a lot to forget
and a lot not to do
and in drugstores, markets, bars,
the people are tired, they do not want to move, and I stand there at night
and look through this house and the house does not want to be built"

— Charles Bukowski (Love is a Dog From Hell: Poems, 1974-1977)

segunda-feira, 25 de abril de 2011

numbers

Antigamente vivia-se em número infinitos, eram abstractos, nuvens incontáveis. Hoje em dia, são desgraçados os que vivem em números ímpares, são poucos nenhuns ou demais. E os pares vivem fechados nas suas terras.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

cru

Os fins de tarde com luz, sem nada para fazer, para ocupar a cabeça, a alma, o cansaço
a mente está vazia, é dona, é só ela, o resto é longe, é magia, é irreal
não existe
é só ela nestes fins de tarde em que parece que a vida pára
pára nela própria, não existe
não há vida
não há gente, não existo eu
só o nada, nos fins de tarde com luz que são como antigamente
onde eu ainda estava para ser o que não era para ser então o que sou

terça-feira, 19 de abril de 2011

Trabalhar

Há dias em que não me apetecia ter trabalho.
Nem responsabilidades.
Nem chefe.

Nem cansaço.
Nem stress.

Outros em que nem faz mal.
Nos quase todos em que choro a rir.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

farol


é este o meu sol, esta a minha areia, esta a minha praia. o recanto, o encanto, a paz, a tranquilidade. o mundo aparte, a segurança, o mar que é casa, a noite que é vida. os dias infinitos, a paixão, a entrega, a descoberta, a verdade. o casulo, a certeza. o reencontro, o ar diferente, os passeios, os braços dados e as almas. o bronze, a pele que estala, o calor que nos transcende, o coração grande, a dádiva do ser. é cada um de nós, são as partilhas, são os finais de tarde e os inícios do dia. o sol que se põe e se levanta connosco como companhia, são as batidas, são as guitarras. eu não esqueço. são as memórias, deliciosas. é a calma, é a vontade.

e a saudade.

sábado, 9 de abril de 2011

La strada

C'è una strada che ti porta in tutti i posti del mondo ci camminano i ragazzi con gli zaini sulle spalle è la strada più lunga ma è anche la più breve è la strada della pace e della libertà Di qua di là prima o poi da qualche parte amico si arriverà Di qua di là prima o poi da qualche parte amico si arriverà Sono tanti gli incroci e i semafori rossi e si rischia di finire giù dai ponti e dai fossi ciò che conta però è non tornare mai indietro neanche di un metro neanche di un metro di qua, di là prima o poi da qualche parte amico si arriverà di qua, di là prima o poi da qualche parte amico si arriverà qualche volta si cammina e non si va in nessun posto però bisogna muoversi amico ad ogni costo qualche volta si cammina e non si sa dove andare amico non ti fermare non ti fermare di qua, di là prima o poi da qualche parte amico si arriverà di qua, di là prima o poi da qualche parte amico si arriverà C'è una strada che ti porta in tutti i posti del mondo più o meno da qui a là più o meno da qui a là ci camminano i ragazzi con gli zaini sulle spalle pieni di cianfrusaglie pieni di cianfrusaglie è la strada più lunga ma è anche la più breve qualche volta si può qualche volta si deve è la strada della pace e della libertà Di qua di là prima o poi da qualche parte amico si arriverà

Jovanotti. <3

quarta-feira, 9 de março de 2011

Ressaca mental

O cérebro cospe palavras noutra língua que não é a minha, mas é como se fosse. Só pensa nela, com ela.

Chama-se casa ao que de facto faz sentir em casa. E não é saudável saltar de casa em casa, porque o corpo habitua-se, a mente baralha-se e sente-se em casa e depois vai embora e então já não encontra o quarto.
E é um desafio psicológico. Porque sou dos dois lados, mas não me sinto em nenhum e sinto-me nos dois em pleno. E as vidas, e as pessoas, ainda que distantes tornam-se principais num segundo. E são para guardar, mas decidem também essas ir embora de mim. E eu vou ficando mais pobre, todos os dias. Mas tão rica, porque o coração se enche e tenho duas casas, são duas, iguais, ao mesmo tempo. E não dá, porque não se vive em omnipresença.
 
Estou de ressaca. De ressaca mental.
Das grandes.
E tenho o sono em dia, mas não parece. Estou adormecida, porque é demais para mim, então há que bloquear o exterior e fechar o interior para obras, só umas horas, só para a poeira desaparecer. Estou desligada, sem bateria, hoje não entra nem sai nada. Não há rede.

Beber a água do tempo da ressaca.

É que a vida é boa.
E transcendemo-nos a cada segundo.

Porque como me disse alguém, "L'obbietivo dell'arte è trascendere il reale. Quello della musica è vibrare assieme al'universo e così in sintonia trascendere la realtà." É o objectivo da vida, na verdade. A transcendência. A todos os níveis. Todas as ressacas, todas as perdas, todas as consciências. Todas as trocas de ser, de existência, de aquilo a que chamamos casa. Porque não somos mais que uma alma. E vamos vivendo em nós e lidando connosco nas nossas cabeças e batemos à porta das dos outros, com o coração a medo. E sobrevivemos. Sobrevivemos sempre. E transcendemo-nos nessa sobrevivência e tornamo-nos outros. Mais fracos, mais fortes. Mais felizes. Mais.

Em correria aberta. Sem medos? Com. Mas sem segunda partida. Com corta-matos que compensam certos tropeções, mas que podem também levar a que se perca o caminho. Quem sabe.

É tudo às tentativas.

E a ressaca mental vai passando. Com a água do tempo da ressaca.
E a alma assenta no corpo, com calma, que a paz anda a faltar e há muita agitação, água trémula e assim não se vê o verdadeiro fundo, está turva, mas os sedimentos assentam. Assentam. Porque viver é bom. 



sábado, 26 de fevereiro de 2011

Bio

Eu sou o meu jipe, sou as calças de ganga de que tenho saudades durante a semana, sou o trabalho cuja camisola vesti com unhas e dentes. Sou a minha irmã de que tanto falo, sou o meu Erasmus e sou os longínquos Estados Unidos. Sou a eb tanto ainda, sou as minhas memórias e sou as minhas tentativas. Sou as pessoas todas com quem me cruzo, sou cada vez menos o Facebook,  sou o mestrado que mudou como vejo o mundo, sou o meu caderno onde me escrevo. Sou as músicas punk que me lembram o secundário a caminho da praia no Inverno e sou as músicas reggae da faculdade. Sou Bologna e sou o mundo por que anseio, sou aprendizagem todos os dias e sou apaixonada pelo sol. Sou o despertador biológico que me acorda às 9h da manhã a um sábado, e sou os fins-de-semana que agora têm tão mais valor. Sou pouco exigente, sou o visual que tenho a mania que não gosto de mudar mas lá vou pintando o cabelo, sou a que tem mania que não gosta de atum e de Malteasers mas gosto. Sou a vontade de ser mais todos os dias, sou as minhas fotografias e o meu sorriso 33, sou à prova de bala mas a quem se lhe aperta o coração. Sou os saltos altos que me fazem parecer mais crescida, sou a independência, sou a pulseira às cores e sou as guitarras que soam desde sempre. Sou os livros que devoro, sou a minha infância e a minha franja e o meu cabelo liso, e sou as idas ao cinema a pé. Sou as colheres roxas da Haagen Dazs e sou todas as páginas de cartas que troquei. Sou o meu Farol, sou mais realista e sou a antiga jogadora de futebol feminino. Sou as minhas amizades distantes e as viagens que faço por elas. Sou os reencontros e sou também os afastamentos, sou as escolhas e as circunstâncias. Sou isto e sou mais.


terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Há dias que não têm fim.
Há dias em que isso é bom.
Há dias em que nem por isso.
Hoje é um deles. Estou de rastos.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Monstro

Que se lixem os moralismos, que se lixem vocês todos, que se lixem as coisinhas bonitas. Que se lixem os girassóis. Somos todos pessoas, é um facto, mas não somos farinha do mesmo saco. E deixem-me em paz a achar que eu sou como vocês, não sou porque sou um pântano e estou-me nas tintas. Não tenho sentimentos nem conteúdo, o que é que vos interessa? Vão andar todos a foder uns com os outros. Fizeram-no comigo, é indiferente. Tornaram-me um mostro, todos juntos, em procissão. Ou fui eu, que sou o denominador comum. Atirei-me ao abismo a pés juntos, com vontade, com convicção. Agora não saio lá de baixo, deixem lá, não se preocupem em puxar-me. Eu fico aqui que está quente. Mesmo que me puxem, os ossos partem-se, vão-se partindo, só o coração é que não, que é de pedra. Só tem mágoa mágoa mágoa e frustração. E ninguém vai conseguir lá entrar, nunca. Não tem porta e selou as janelas. É um facto, não vale a pena argumentar. Agora não esperem nada de mim, porque como vos digo, nada terão. Porque não sai nada. Nem bem esprimidinho. Não existe nada para ninguém.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

fools.



quem me dera que a tua voz não existisse. quem me dera que já não existisses. e que não fossemos todos fools. agora é ver para que lado cai.

sábado, 5 de fevereiro de 2011


Gosto de faróis. Gosto de girassóis.
Gosto de dias de sol.
Gosto de acordar cedo a um sábado sem despertador.
Gosto de sushi com soja com wasabi misturado.
E gosto de pastéis de Belém.
E de conversar sentada na relva com o calor na cara.
E dos amigos.
E das coisas que podem não se perder.
Gosto de acreditar. Assim ao de leve para não acordar a tempestade.
Gosto de dias infinitos e de pessoas infinitas.
De pessoas que não existem.
De pessoas que surpreendem.
Gosto de poder queixar-me e me provarem errada.
E gosto de perder a razão quando me queixo em vão.
Gosto de turistas e crianças de mãos largas.
Gosto de ir ao cinema várias vezes numa semana.
Gosto de mensagens, gosto de lembranças.
Gosto de fotografia.
Gosto muito de quem gosto.
E gosto de corações abertos.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Montanha russa


Montanha-russa.

É a vida e eu. Anda depressa, ofegante. E, apesar dos altos e baixos, o caminho é sempre o mesmo. Assusto-me à mesma nas descidas, solto o ar nas quedas livres, mas acabo sempre por chegar à recta final desapontada, a querer mais. Da minha vida e de mim.

Há sempre partes muito boas. Sempre. Que parece que se alteram, que com uma nova subida, vem a nova fase da vida, que é boa, é boa. Mas há um looping, pois mesmo quando estou em subida estou em descida e é uma confusão, porque me despenteio por fora e por dentro.

E acabo por ter a certeza que já andei nesta montanha-russa.
E não lhe consigo mudar o rumo.