sábado, 26 de fevereiro de 2011

Bio

Eu sou o meu jipe, sou as calças de ganga de que tenho saudades durante a semana, sou o trabalho cuja camisola vesti com unhas e dentes. Sou a minha irmã de que tanto falo, sou o meu Erasmus e sou os longínquos Estados Unidos. Sou a eb tanto ainda, sou as minhas memórias e sou as minhas tentativas. Sou as pessoas todas com quem me cruzo, sou cada vez menos o Facebook,  sou o mestrado que mudou como vejo o mundo, sou o meu caderno onde me escrevo. Sou as músicas punk que me lembram o secundário a caminho da praia no Inverno e sou as músicas reggae da faculdade. Sou Bologna e sou o mundo por que anseio, sou aprendizagem todos os dias e sou apaixonada pelo sol. Sou o despertador biológico que me acorda às 9h da manhã a um sábado, e sou os fins-de-semana que agora têm tão mais valor. Sou pouco exigente, sou o visual que tenho a mania que não gosto de mudar mas lá vou pintando o cabelo, sou a que tem mania que não gosta de atum e de Malteasers mas gosto. Sou a vontade de ser mais todos os dias, sou as minhas fotografias e o meu sorriso 33, sou à prova de bala mas a quem se lhe aperta o coração. Sou os saltos altos que me fazem parecer mais crescida, sou a independência, sou a pulseira às cores e sou as guitarras que soam desde sempre. Sou os livros que devoro, sou a minha infância e a minha franja e o meu cabelo liso, e sou as idas ao cinema a pé. Sou as colheres roxas da Haagen Dazs e sou todas as páginas de cartas que troquei. Sou o meu Farol, sou mais realista e sou a antiga jogadora de futebol feminino. Sou as minhas amizades distantes e as viagens que faço por elas. Sou os reencontros e sou também os afastamentos, sou as escolhas e as circunstâncias. Sou isto e sou mais.


terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Há dias que não têm fim.
Há dias em que isso é bom.
Há dias em que nem por isso.
Hoje é um deles. Estou de rastos.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Monstro

Que se lixem os moralismos, que se lixem vocês todos, que se lixem as coisinhas bonitas. Que se lixem os girassóis. Somos todos pessoas, é um facto, mas não somos farinha do mesmo saco. E deixem-me em paz a achar que eu sou como vocês, não sou porque sou um pântano e estou-me nas tintas. Não tenho sentimentos nem conteúdo, o que é que vos interessa? Vão andar todos a foder uns com os outros. Fizeram-no comigo, é indiferente. Tornaram-me um mostro, todos juntos, em procissão. Ou fui eu, que sou o denominador comum. Atirei-me ao abismo a pés juntos, com vontade, com convicção. Agora não saio lá de baixo, deixem lá, não se preocupem em puxar-me. Eu fico aqui que está quente. Mesmo que me puxem, os ossos partem-se, vão-se partindo, só o coração é que não, que é de pedra. Só tem mágoa mágoa mágoa e frustração. E ninguém vai conseguir lá entrar, nunca. Não tem porta e selou as janelas. É um facto, não vale a pena argumentar. Agora não esperem nada de mim, porque como vos digo, nada terão. Porque não sai nada. Nem bem esprimidinho. Não existe nada para ninguém.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

fools.



quem me dera que a tua voz não existisse. quem me dera que já não existisses. e que não fossemos todos fools. agora é ver para que lado cai.

sábado, 5 de fevereiro de 2011


Gosto de faróis. Gosto de girassóis.
Gosto de dias de sol.
Gosto de acordar cedo a um sábado sem despertador.
Gosto de sushi com soja com wasabi misturado.
E gosto de pastéis de Belém.
E de conversar sentada na relva com o calor na cara.
E dos amigos.
E das coisas que podem não se perder.
Gosto de acreditar. Assim ao de leve para não acordar a tempestade.
Gosto de dias infinitos e de pessoas infinitas.
De pessoas que não existem.
De pessoas que surpreendem.
Gosto de poder queixar-me e me provarem errada.
E gosto de perder a razão quando me queixo em vão.
Gosto de turistas e crianças de mãos largas.
Gosto de ir ao cinema várias vezes numa semana.
Gosto de mensagens, gosto de lembranças.
Gosto de fotografia.
Gosto muito de quem gosto.
E gosto de corações abertos.