quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Gosto de vocês.

Gostava de poder dizer a todos os meus amigos, ou já não tão amigos, o quanto continuo a gostar deles. O quanto me preocupo que estejam felizes de verdade. Por isso lhes pergunto como estão, por isso lhes digo que os verei em breve. Por isso entro em conversas que soam estranhas por vezes, mas é que as relações muitas vezes não deixam que diga claramente que me preocupo, que quero do fundo do coração que sejam todos muito felizes. Por isso tenho vontade de me sentar durante horas, com aquela calma que já não existe, e saber deles, reconhecê-los por dentro. É que podem ter-me feito mal ou bem, mas guardo-os num canto especial, porque em tempos me fizeram muito feliz. E hoje sorrio por tudo isso.

Por vezes lamento termos de ter filtros. É que só quero mesmo fazer de tudo para que estejam bem, sem medos. Posso não saber já muito das suas vidas, não fazer grande parte delas. Mas quero que estejam sinceramente felizes. Porque gosto muito de vocês, porque vos tenho muito carinho.

sábado, 9 de agosto de 2014

Gràcia, I love you!


O momento chegou em que te escrevo a ti, meu bairro novo que me adoptou. Desconfiei-te, não nos demos confiança, julguei-te sempre minha preferida, mas não te tinha no coração. A culpa, eu sei, foi minha. Não só. Mas durante uns tempos não deixaste que não me sentisse sozinha, o carinho por ti foi pouco. Apenas estavas. Estavas sempre, sem carinho demonstrado. Saltando de casas, desvendei as tuas ruas, as que mais gosto, as que me trazem vida e me fazem querer passear em ti. Fui-te descobrindo, o encanto teu que sempre soube que tiveras. Hoje é diferente. Hoje, hoje mesmo, és a Barcelona que quero, nas tuas ruas e nas varandas vistas do meu quarto é onde quero passar o meu fim-de-semana. És bairro, finalmente. Aquele aconchego de quem chega, da loja a dois passos, de quem pertence. Hoje, hoje mesmo, quero tirar-te fotografias, recordar-te e guardar-te. Porque hoje mesmo sei que estás, como vizinhas do mesmo chão que é o teu, que leva os meus passos, que olham em redor. Hoje, hoje mesmo, apeteceu-me escrever-te. Para mim és a cidade onde vivo, és tu a minha Barcelona, és tu a Gràcia e a graça. És tu o fácil, o que ficará com sentido. Hoje, hoje mesmo escrevo-te com vontade.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Fazer parte

A vida corre bem.

Diz-se que demoramos 3 meses até nos sentirmos em casa numa nova casa, num novo trabalho ou num novo país. Ao longo da minha vida, já quebrei esse dito várias vezes, mas para Barcelona provou ter o seu quê de verdade.

Acordo de manhã contente para o trabalho onde vou; chego a casa estafada, mas continuo a ver os e-mails porque sinto o projecto como meu e quero dar o melhor que possa. O meu esforço, o meu trabalho e a minha dedicação são reconhecidos, a motivação cresce mais ainda por isso.

A casa onde chego ao final do dia será outra a partir de hoje. Esta sabe a casa, mesmo que a conheça só há pouco mais de 48 horas e que seja oficialmente minha há pouco mais de 12. Nesta o sofá já me acolheu bem, o fresquinho e as janelas dão uma literal lufada de ar fresco e as pessoas já me contam um pouco das suas histórias nos poucos minutos que partilhámos.

As ruas já são minhas, a língua também. As praças, aqueles finais de tarde tão bons... Os bares preferidos, aqueles onde levamos as visitas e que nos fazem sair de lá sempre contentes e seguros que são os preferidos mesmo.

As visitas que aparecem de vez em quando e dão um novo cheiro, que me põem a justificar a minha vinda, porque agora gosto e já me sinto mais em casa. E por vezes dou por mim a perceber que gosto mais do que o meu cepticismo geralmente me deixa sentir.

Os amigos, pouco mas bons. Que cuidam de mim e que me escolhem a mim para cuidar deles. Que partilham pipocas, guacamoles e filmes de domingo à tarde. Ou brunches, concertos e mercadinhos.
E o coração que está cheio. E calmo. E feliz.

Sim, a vida corre bem! Já passaram os 3 meses (e mais uns dois e meio) e a fase de habituação já passou. Já faço parte disto.