sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

o nonsense das madrugadas

a voz quer muito gritar CALMA! enquanto o mundo gira e ela perdeu o carrossel. mas o cavalo sobe-e-desce com olhar quente. sabe que a guerra nem começou, há muito mais para vir. é questão de deixar voar o que falta. é questão de confiança no saltimbanco sem rede. aliás, é deixar de ser saltimbanco e aterrar a pés juntos. e ainda fazer um sorriso de vénia. a multidão é cada vez menor, vão-se indo, esvanecendo no tempo. os que vão ficando são rijos, aguentam tudo, mesmo que o granizo seja já mortífero. estes é que valem. e surge por vezes aquele pequeno rapaz de t-shirt aos quadrados sem ninguém que lhe dê a mão. e quem dá a mão é ele. sempre de mão cheia. (por vezes? tantas vezes!) e o circo aquece as emoções, mas há reservas, não se investe nestas coisas que não se conhecem. é arriscado e não estamos em tempo para isso. ou estamos? as letras minúsculas e aquele toque de chamada falam baixinho. é já hora de dormir mas o sono está ocupado em confundir os sentidos e as suposições. nada de grave. amanhã é sexta-feira e as pessoas teimam em correr para o fim-de-semana quando todos os dias são oportunidades.

oportunidades.
por isso: CALMA!

os ruídos da noite já não assustam os vagabundos da vida que se atropelam a passos largos, naquela correria sem rumo nem razão. com rumo ao fim que os desperte do frio e do copo de vinho entornado. cores escuras revelam-se hoje nos químicos do laboratório, o barulho das luzes ensurdece e torna-nos a todos ratos em gaiolas. mas é só o que parece, porque a janela ao abrir deixa entrar a bucólica ideia de vida e natureza. e temos é de seguir os sinais.

já acordaste?

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