segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Passa tempo

Arranho as paredes com força até que o verniz estala e as unhas se partem sempre que ouço o nome dela e o teu nas vozes dos outros a falar de pessoas que não são vocês. É uma pena ter-te eliminado dos meus dias e desinfectado cada mancha tua com lixívia, porque tu fazias-me escrever com as vísceras. Agora olha, sou só pacífica e a vida corre como aqueles rios que não têm nunca fim, cruzo-me com umas ilhotas pelo meio onde descanso e gasto o meu tempo inutilmente e sigo caminho que o próximo passo está a umas semanas de distância e até lá só se engana a vida sem a viver.

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