terça-feira, 5 de outubro de 2010

Formalidades

Quero saber o teu nome, esse que se esconde por detrás dos incessantes cigarros que devoras uns atrás dos outros. Às vezes consigo ver-te através do fumo, mas as tuas pausas não dão para muito mais. O problema é vivermos num país de formalidades. Em que precisamos de palavras caras para nos ouvirem, em que sermos simples é demasiado básico. Num país em que temos de ser duas páginas, cheias de enrolanço, para dizermos duas linhas, para nos levarem a sério. Às vezes gostava que tivéssemos o sentido prático dos americanos ou dos brasileiros. Eles sabem ser quentes com o coração logo assim à queima-roupa, sem precisarem de pôr máscaras e armaduras antes de se direccionarem. É que isso dava-me mesmo jeito, ao menos não perdia vidas a ultrapassar barreiras só para saber como te chamas.

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