sexta-feira, 30 de maio de 2014

random lost thoughts of a grey morning

(Daqui.)

Está cinzento lá fora e o Verão tem tardado a chegar. Ainda sim, os dias já se sentem mais compridos, há dias em que o jantar acontece à luz do sol e as praças têm sido aproveitadas até tarde. Ainda não há uma casa e a eminência de dormir na rua faz com que a busca incansável seja frustrante. Mais frustrante ainda é ter tempo para fazer essa busca em horas que deveriam ser dedicadas a crescer. "Já passa, já passa", mas os dias assim não passam e eu cá não gosto de me sentir inútil.

Às vezes pergunto-me se era mesmo isto. Julgava que sim. Às vezes pergunto-me se não deveria ser algo completamente diferente - mas não sei o quê. Sei sempre que sou precipitada nas super-análises constantes. Há que ter calma; há que dar tempo ao tempo.

No outro dia alguém me disse "odeio escrever". E eu pensei ser a frase mais violenta dos últimos tempos. A verdade é que eu não tenho escrito também, por muito que teime que gosto muito. E muitas vezes sinto que já não sei. Que perdi o estilo, que deixei de saber escrever sobre mim ou sobre o geral. Se calhar, por me ter desleixado, o escrever odeia-me. Eu continuo a insistir que gosto muito. Ainda que não o faça.

Já me surgem gargalhadas rápidas de quem não precisa de tempo para processar a piada, já tenho o meu lugar também, sou uma peça que acredito que encaixa, como dizem. Mas ainda falta um bocadinho, falta aquele empurrão final para a peça ficar realmente no sítio.

Fiz 26 anos no outro dia. Foram diferentes e continuo a dizer que ainda tenho 25. Se calhar faltou a festa, se calhar é por isso! E por vos sentir a todos tão longe quando na verdade estão só uma hora e meia.

Tenho de escrever mais.
Nem que seja para mim.

Quem sabe num terraço com vento quente ao final do dia.
Quem sabe num quarto com uma varanda e muita luz.
Eu ainda não sei.

Espero que alguém saiba e que faça tudo parte do plano.

Começou a trovoada! O meu mês preferido foi dos melhores, mas faltou-lhe muito o sol. 
Que sejas bem vindo, Junho! E que o tragas contigo, que sabes que o quiero mucho.
Aí serei mais animada!
(Que sou e ando. Mas quando preciso mesmo de escrever é quando está cinzento em todo o lado e acaba por ser isso que se torna público.)

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